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terça-feira, maio 21, 2024
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    Litoral de SC é alvo de megaoperação e mais de R$ 1 bilhão são sequestrados

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    Organização criminosa teria ligação com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro

    A Polícia Federal, a Receita Federal e a Polícia Civil do Paraná deflagraram na manhã desta quinta-feira (4) a Operação Downfall, com o objetivo de reprimir e desarticular uma Organização Criminosa especializada no tráfico internacional e interestadual de drogas com diversas ramificações no país. Os criminosos utilizavam o investimento no setor imobiliário no Litoral de Santa Catarina para lavar o dinheiro proveniente do crime.

    Cerca de 350 policiais federais, 130 policiais civis e 25 auditores da Receita Federal estão nas ruas para dar cumprimento a 30 mandados de prisão preventiva e 87 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo.

    A Operação Downfall também incluiu medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de aproximadamente R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais).

    As investigações revelaram que a Organização Criminosa constituiu uma complexa estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, que abrange desde a produção da droga no exterior, seu posterior ingresso e transporte dentro do território nacional, distribuição interna, preparação e o envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.

    Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para isso, atuavam predominantemente na região do Porto de Paranaguá/PR, local de onde exportavam grandes quantidades de cocaína através da contaminação de contêineres (método RIP ON RIP OFF), ocultação em cargas lícitas (RIP ON na carga), em refrigeradores de contêineres (RIP ON NO REEFER), uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimento submerso dos navios, entre outros métodos.

    A Polícia Federal e a Polícia Civil do Paraná realizaram diversas apreensões de carregamentos de cocaína vinculados à atuação dessa Organização Criminosa, totalizando aproximadamente 5,2 toneladas de cocaína. Os lucros obtidos com essas atividades criminosas também estavam sendo usados para subsidiar a ampliação da estrutura logística do grupo, mediante aquisição de aeronaves, barcos, empresas, imóveis, armas de fogo e munições.

    Além do esquema de narcotráfico, alguns dos seus integrantes também estão envolvidos com outras práticas criminosas, como homicídios e o tráfico de armas de fogo, munições e acessórios, que também eram fornecidas para subsidiar a guerra entre facções criminosas no litoral paranaense e impor o domínio territorial naquela região.

    Setor imobiliário de SC era vetor para lavagem de dinheiro

    O setor imobiliário do litoral de Santa Catarina foi usado como vetor para lavagem de dinheiro por uma organização criminosa, segundo investigações realizadas pela Polícia Federal. As lideranças do grupo empregavam diversas metodologias para ocultar a procedência ilícita dos seus ganhos financeiros e patrimônio constituído a partir de crimes perpetrados. O principal esquema financeiro para promover a lavagem de dinheiro era o investimento em imóveis de alto padrão.

    As construtoras e empresas do setor envolvidas no esquema criminoso foram alvo da ação de hoje e são suspeitas de realizar negócios jurídicos fraudulentos ou não declarados com recursos provenientes do tráfico internacional de drogas. Há indícios de que seus representantes tinham conhecimento da procedência ilícita dos valores que subsidiaram as transações.

    As investigações também constataram a utilização de interpostas pessoas para ocultar a identidade do real adquirente e pagamentos de imóveis de luxo com altas quantias de dinheiro em espécie sem a devida comunicação aos órgãos competentes.

    Penas podem chegar aos 50 anos

    Os investigados na operação deflagrada hoje responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 50 anos de reclusão para os crimes de tráfico e organização criminosa, enquanto para a lavagem de dinheiro, a pena pode chegar a 10 anos de reclusão por cada ação perpetrada.

    O nome da operação, Downfall, faz alusão à desarticulação estrutural e financeira da organização criminosa, resultado possível graças à cooperação entre as instituições. A ação demonstra a importância do trabalho conjunto entre órgãos públicos e a necessidade de fiscalização e combate a crimes financeiros. A população do litoral de Santa Catarina espera que a ação da Polícia Federal contribua para a erradicação do crime organizado e para a segurança na região.

    Cidades