“Nossa intenção não é aumentar os impostos, é só criar uma relação comercial justa”
Hélio Dagnoni, Presidente da Fecomércio
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio) lançou esta semana a campanha “Comércio Local é Legal”, promovida pela Fecomércio SC em parceria com sindicatos empresariais de todo o estado. O evento, realizado simultaneamente em 21 cidades, reuniu empresários, sociedade civil organizada, imprensa e a comunidade local, destacando a importância do fortalecimento do comércio local para a economia catarinense.
De acordo com o presidente da Fecomércio, Hélio Dagnoni, a campanha é um esforço conjunto para continuar apoiando e fortalecendo empresários, empreendedores e trabalhadores em Santa Catarina, promovendo o desenvolvimento sustentável e assegurando um futuro próspero para o estado.
A Coluna conversou com Hélio para saber mais detalhes da campanha, entre outros temas que a Federação vem trabalhando. Confira:
Pelo Estado – Foi lançada esta semana, em parceria com a Sindilojas, uma campanha para valorização do comércio local, chamada Comércio Local é Legal. Como isso vai funcionar na prática?
Hélio Dagnoni – A Fecomércio, junto com todos os sindicatos, resolveu dar uma mão aos empresários e mostrar para a população catarinense que o comércio local é legal, e por isso o nome. É legal porque gera emprego, gera recursos para o estado, através dos impostos, que acaba retornando para os municípios em forma de melhorias. As ações que estamos fazendo na prática é trabalhar e fortalecer com os empresários meios de mostrar ao consumidor as vantagens de adquirir os produtos do comércio local, seja pela facilidade de ter o item em mãos para fazer a avaliação, tendo a certeza de que está adquirido o produto certo, oferecendo uma troca mais rápida nos casos que forem necessários, um direito de garantia estendida ou, até, a possibilidade de saber como o produto funciona ou como foi fabricado. Enfim, oferecer ao cliente vantagens que a internet não poderia ofertar.
Pelo Estado – O Governo Federal também aprovou no último mês a PEC das Blusinhas, que aplica uma taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. O que isso representa para o comércio local?
Hélio Dagnogi – Nós estamos há um ano trabalhando em cima disso. Fomo atrás de buscar números na Alfândega, na Receita Federal, para mostrar tudo que entrou aqui e que foi deixado de arrecadar. Dinheiro que poderia ser usado na educação, segurança, saúde, infraestrutura dos estados, porque o estado precisa de uma fonte de arrecadação para manter tudo isto. Nós apontamos a fonte, mas em momento algum falamos em aumentar impostos, porque eles já estavam lá, só não estavam sendo utilizados.
Inclusive, na semana passada eu estava na missão com o governador do estado, Jorginho Mello (PL), em Portugal, onde fomos atrás de fazer umas tratativas de negócios do comércio e percebemos que eles estão “”invadindo” o Brasil porque na Europa eles não são isentos dos impostos. Se a Europa os taxa, porque nós não?
Santa Catarina é a capital da malha e a gente trabalha com a “blusinha”,por isso nosso estado teria um prejuízo tão grande. E mais uma vez, nossa intenção não é aumentar os impostos, é só criar uma relação comercial justa. Se nós fossemos isentos de impostos, também poderíamos vender mais barato.
Pelo Estado – O senhor fez parte da comitiva que acompanhou o governador na missão em Portugal. Como foi a viagem e o que o senhor conseguiu trazer, em termos de conhecimento, para Santa Catarina?
Hélio Dagnoni – Nós fomos lá explorar muita coisa sobre segurança, saúde e principalmente o turismo. Para se ter uma ideia, logo que foram disponibilizado os vôos da TAP de Florianópolis para Lisboa, em pouquíssimo tempo foram vendidos tantos bilhetes que quando as autoridades de Lisboa, como o prefeito e sua comitiva buscaram as passagens, já não tinha mais. Eles virão a Florianópolis em um vôo direto, mas terão que voltar fazendo conexão.
A comitiva catarinense passou por diversos pontos turísticos portugueses para entender como eles fazem turismo, o que eles gostam, para tentar apresentar as nossas opções de uma forma mais atrativa para captar o turista europeu nas férias. Nós buscamos formas de mostrar que Santa Catarina é um estado capaz de oferecer alta gastronomia, belezas naturais, segurança e infraestrutura. E atrair turista para cá é fazer, automaticamente, a economia girar, porque atinge desde a rede hoteleira, até o comércio local, uma cadeia de serviços enorme que é atingida positivamente com isto.
Pelo Estado – Com base na última pesquisa apresentada sobre o comércio de Inverno, como estão as expectativas para este ano?
Hélio Dagnoni – A expectativa para o comércio de inverno é muito boa, começando pela quantidade de compras que são realizadas no estado, que é um dos principais fornecedores de malha. Isso sem falar no investimento que o Governo do Estado está fazendo para fomentar o turismo na Serra, mostrando todos os atrativos e criando meios para que se melhore ainda mais as possibilidades na região serrana. Inclusive, está para ser votada na Câmara de Vereadores uma proposta para construir em Urubici um centro de eventos, um hotel e uma rua coberta, melhorando assim a infraestrutura da cidade para receber e atrair os turistas.
Pelo Estado – E para o próximo Verão já é possível fazer uma prévia?
Hélio Dagnoni – Nós temos a expectativa de aumentar os números em relação ao último Verão. A temporada passada já bateu os números de antes da pandemia e, agora, a tendência é melhorar ainda mais. Apesar do que aconteceu no Rio Grande do Sul, que consequentemente refletirá na vinda dos gaúchos para Santa Catarina, nós temos o público da Argentina, que agora está mais acreditada economicamente com o novo presidente, Javier Milei, os chilenos, uruguaios e, também, os paraguaios, que são a bola da vez, já que o agro do paraguai está muito forte. Nós esperamos que eles venham todos para o litoral catarinense.
Pelo Estado – Como o senhor avalia o cenário econômico do Estado hoje?
Hélio Dagnoni – O cenário econômico catarinense é muito bom, está numa crescente constante. Estamos falando de um estado com a melhor segurança do país, com mais número trabalhadores de carteira assinada e o que menos tem Bolsa Família. Isto sem falar na quantidade de investimentos que o Governo do Estado vem fazendo através de seus programas. O que nós precisamos é estimular as pessoas a virem para o estado, consumirem nossos produtos para, com isso, fazer a economia circular.
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Produção e edição
Por Celina Sales para APJ/SC e ADI/SC
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