Verão começa oficialmente no Brasil em 22 de dezembro. IMA destacou a situação das chuvas e afirmou que não é recomendado o banho de mar nas primeiras 24 a 48 horas depois da ocorrência de temporais.
O mais recente relatório de balneabilidade de Santa Catarina apontou uma piora na qualidade das praias de Santa Catarina. Divulgado na sexta-feira (17), a cerca de um mês do verão, o balanço revelou que 68% dos locais analisados estavam próprios para banho. Na semana anterior, no entanto, o índice era de 77,64%.
Em nota na sexta, o IMA destacou a situação das chuvas no estado e afirmou que não é recomendado o banho de mar nas primeiras 24 a 48 horas depois da ocorrência de temporais. Conforme o órgão, as “chuvas podem arrastar material contaminado, o que pode deteriorar a qualidade das águas para banho”.
O verão começa oficialmente no Brasil em 22 de dezembro. Na temporada, entre novembro a março, o IMA realiza o monitoramento das praias semanalmente. Já entre os meses de abril e outubro, a pesquisa é mensal.
Os dados são divulgados pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), que faz a coleta da água em mais de 100 praias e balneários do estado. No total, são 27 cidades de litorâneas que passam pela avaliação.
Conforme o relatório mais recente, onde as análises foram feitas entre 13 e 17 de novembro, foram 76 pontos impróprios e 161 áreas com patamar seguro para banho. Na semana de 6 a 10 de outubro, dos 237 locais avaliados, 184 estavam próprios e 53 impróprios.
Itapema e Porto Belo
Em Itapema, seis pontos foram classificados como próprios e quatro como impróprios para banho. Os pontos 03 e 05, localizados nas ruas 227 e 205, respectivamente, e o ponto 10 na Praia do Porto, foram alguns dos locais listados como impróprios para banho. Por outro lado, pontos como 01, 02, 04, 07, 08 e 09, que se espalham pelas ruas 113, 149, 319, 129 E1 – sul do rio Bela Cruz, 261 e 163, respectivamente, receberam a classificação de próprios e estão liberados para os banhistas.
As praias de Porto Belo, em Santa Catarina, apresentam condições variadas para banhistas. Os resultados indicam que das seis áreas monitoradas, quatro estão próprias para banho e duas foram consideradas impróprias.
As praias de Perequê nos pontos 04 e 05, na rua Rubens Alves e rua Almirante Fonseca Neves, e as praias de Porto Belo nos pontos 01 e 06, na rua Manoel Felipe da Silva Neto e rua Capitão Gualberto Leal Nunes, estão liberadas para os frequentadores. No entanto, os pontos 03 e 02 das praias de Perequê e Porto Belo, respectivamente, foram classificados como impróprios, o que requer atenção dos visitantes e moradores locais.
Metodologia e legislação
As amostras nas praias de Santa Catarina são analisadas conforme a diretriz do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, que consiste na quantificação dos coliformes totais e Escherichia coli. Veja:
Conforme a Resolução Conama nº 274, o ponto é considerado “PRÓPRIO” quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros;
O ponto é considerado “IMPRÓPRIO” quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior a 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.
Saneamento
O professor de ecologia e oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Paulo Horta disse que um dos fatores que alteram a balneabilidade está relacionado ao saneamento básico.
“Todas as casas [do estado] não têm coleta [de esgoto]. Nós temos um escoamento direto do esgoto produzido para os cursos d’água”, declarou o professor.
Dados do Instituto Trata Brasil dão conta que a cobertura do saneamento básico em Santa Catarina é de 65%. Na opinião do professor, é necessária a universalização da coleta. “Precisa de fato ter sistema que atenda a todas as cidades”.
A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), que cuida do saneamento de 194 dos 295 municípios de Santa Catarina, comentou em nota o resultado do relatório de balneabilidade.
“Em relação ao levantamento do IMA, dos 87 pontos verificados em Florianópolis, 69 estão adequados para banho, o que equivale a 79,31%. Na capital, por exemplo, oito pontos mudaram de próprio para impróprio por conta da alta pluviometria registrada no Estado nas últimas semanas. Vale ressaltar que a questão da balneabilidade das praias tem relação também com drenagem das vias urbanas, de responsabilidade da prefeitura, e com estabelecimentos comerciais e moradores que não se conectam à rede de esgoto da Casan, destinando efluentes não tratados para galerias de águas pluviais”.
com infomrações: visornotícias, g1 e IMA