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    Pelo Estado Entrevista: Antônio Cesar Ribas Sass, Diretor Superintendente da Arteris Litoral Sul

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    “Até o fim das obras, os municípios da região irão arrecadar cerca de R$185 milhões em impostos”

    Antônio Cesar Ribas Sass, Diretor Superintendente da Arteris Litoral Sul

     A maior obra rodoviária do Brasil atualmente, o Contorno Viário da Grande Florianópolis deve finalmente ser entregue aos catarinenses em julho de 2024. Com 50 km de extensão, a obra atravessa quatro municípios e promete desafogar o tráfego mais pesado da BR-101. O trecho contará ainda com um posto de atendimento da Arteris Litoral Sul e uma Unidade Operacional da Polícia Rodoviária Federal.

    Depois de quase 12 anos de atraso, o Contorno Viário ganhou novo nome, Contorno da BR-101/SC, segundo informação da Arteris Litoral Sul repassada ao Ministério dos Transportes e à Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado.

    A Coluna conversou com o diretor superintendente das três concessionárias da Arteris na região Sul, Planalto Sul, Litoral Sul e Régis Bittencourt, Antônio Cesar Ribas Saas, para saber sobre os impactos da entrega desta obra para o Estado.

    Confira:

    Pelo Estado – Como está o calendário de entrega das obras do Contorno Viário da Grande Florianópolis?

    Antônio Cesar – A Arteris Litoral Sul trabalha para fazer a entrega do Contorno Viário da Grande Florianópolis até julho de 2024, porém a concessionária irá concentrar todos os esforços para antecipar esse prazo. Para isso, a empresa atua em alguns trechos em turnos de 24 horas, de segunda a sábado, o que garante ainda mais agilidade ao andamento das atividades. Atualmente, 1.350 trabalhadores atuam nas obras do Contorno Viário e 216 equipamentos pesados estão em operação.

     PE – Já foi divulgado que ainda em dezembro todos os trechos dos 50km da obra serão interligados e os caminhões que fazem parte da obra poderão circular. E quando estes trechos estarão liberados para a população, principalmente dos moradores dos municípios próximos?

    AC – O Contorno Viário da Grande Florianópolis é uma obra projetada para desviar o tráfego de longa distância da região metropolitana da Grande Florianópolis. O grande objetivo é fazer com que caminhões que venham do norte e tenham como destino final o Sul do Estado, por exemplo, não precisem passar pelos municípios de São José e Palhoça, garantindo alívio no trânsito da região e agilidade no tempo de viagem do motorista de carga pesada. Com isso, o tráfego do Contorno só será liberado após a conclusão total da obra, que será julho de 2024. Porém, o projeto contempla 20 passagens em desnível, que são estruturas de realocação das estradas municipais, usadas para o tráfego local pelos moradores da região. Desse total, 16 já estão prontas e sendo utilizadas pela comunidade.

    PE – Qual será o impacto da entrega dessa obra, principalmente, para os municípios da Grande Florianópolis?

    AC – O impacto será muito significativo. A Arteris Litoral Sul estima que com a conclusão do Contorno Viário, cerca de 18 mil caminhões por dia irão usar a rodovia e deixarão de circular na BR-101 entre os trechos de Biguaçu e Palhoça. Essa redução no número de veículos certamente irá desafogar o trânsito na região em horários de pico e, consequentemente, diminuir o número de acidentes. Já o motorista que usar o Contorno fará a travessia da Grande Florianópolis em aproximadamente 38 minutos, o que garante cerca de 1 hora e 22 minutos de ganho no tempo de viagem nos horários de pico. Além dessas melhorias para o usuário da rodovia, um dado de destaque é que até o fim das obras os municípios da região irão arrecadar cerca de R$185 milhões em impostos.

     PE – Fora o viaduto que será entregue no próximo mês, quais os trechos mais avançados da obra?

    AC – O Contorno Viário é uma rodovia expressa com pista dupla, 50km de extensão, seis acessos por trevos, quatro túneis duplos, sete pontes e 20 passagens em desnível. Disso tudo, 37km já estão pavimentados e em fase de acabamento, como instalação de sinalização vertical e horizontal, implantação de defensas metálicas, plantação de grama, entre outros. Dos quatro túneis duplos, três já estão pavimentados e em fase de instalação dos dispositivos de segurança, e o quarto está em fase de pavimentação. Dos seis trevos, três já estão prontos, inclusive com iluminação instalada, o quarto está em fase de pavimentação, cuja conclusão será em dezembro. Os outros dois, que são o trevo de interseção da futura rodovia com a BR-101 Sul e com a BR-282, estão em fase de construção civil. Das sete pontes do projeto, seis já estão prontas. Estamos na reta final, 87% de toda a obra já está pronta.

    PE – E os mais críticos?

    AC – Hoje podemos afirmar que os grandes desafios do Contorno Viário já foram vencidos, como licenciamento ambiental, desapropriações e características geológicas da região. Destaco, por exemplo, o solo mole da região. Nos 50 km de obra, cerca de 70% são de aterro, que precisaram ser feitos em solos moles de substrato, ou seja, um material orgânico, saturado, que não tem suporte e não suporta uma rodovia por cima. Dessa forma, não poderíamos simplesmente aterrar e colocar asfalto, pois toda essa parte de solo mole afundaria e a rodovia ficaria irregular. Com o objetivo de contornar essa dificuldade natural, fizemos um trabalho específico e tecnológico de geotecnia, que chamamos de adensamento do solo, antes de realizar o aterro, para que quando a carga for colocada por cima do local, o terreno possa ser estabilizado de forma homogênea. Em alguns trechos, esse trabalho de adensamento do solo durou cerca de 13 meses e a conclusão total desse processo será em maio. Os túneis, que eram considerados pontos críticos também já foram vencidos e agora o desafio é a instalação de todos os dispositivos de segurança, que já estão em andamento. Por fim, temos a conclusão dos trevos de interseção da rodovia com a BR-101 Sul e com a BR-282, que estão em fase de construção civil e devem ser os últimos dispositivos da obra a ficarem prontos, até julho do próximo ano.

    PE – É possível que ainda não tenhamos o Contorno Viário de Florianópolis 100% entregue até julho de 2024?

    AC – Estamos concentrando todos os nossos esforços para concluir a obra dentro desse prazo.

     PE – Esta é a maior obra em execução do país e está envolvida em uma série de atrasos. Este ano, a Arteris chegou a ser notificada mais de uma vez pelo PROCON SC. Como estão as conversas com órgão e demais instituições que pressionam pela entrega do Contorno?

    AC – A Arteris tem prestado contas para a ANTT, que é a Agência Reguladora que fiscaliza o andamento das obras do Contorno. Isso é feito regularmente por meio do acompanhamento de relatórios e vistorias nas obras. Além disso, a concessionária presta os esclarecimentos aos demais órgãos representativos da sociedade civil e está à disposição para esclarecer dúvidas sobre o andamento das atividades.

    > Clique aqui para ver a coluna Pelo Estado PE_entrevista_03-12-2023

    Produção e edição
    Por Celina Sales para APJ/SC e ADI/SC
    Contato: peloestado@gmail.com

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